comentário literatura e cinema · Entretenimento · Posts da madrugada

Comentário: The Perks of Being a Wallflower

Aviso: como todos os meus comentários, temos spoilers aqui.

 

“Why do I and the people I love always pick people who make us feel like we’re nothing?”

A pergunta de Sam, personagem da Emma Watson foi o que mais ressoou na minha cabeça. Não dá pra negar: por quê? Eu conheço e convivo com tantas pessoas cuja inteligência é imensurável, cujo talento é indiscutível, além da boa companhia de copo e de badtrips. E ainda assim, por que eu as vejo, todos os dias, andando com pessoas que as deixam pra baixo?

A resposta que o filme oferece é: “nós aceitamos o amor que acreditamos merecer”. Apesar de ter certa significação, eu acredito que a resposta seja sim muito simplista. O primeiro questionamento de The Perks of Being a Wallflower (2012) é esse: por que procuramos companhias que nos diminuem? Estamos apenas espelhando o pouco de pensamos de nós próprios? Estamos nivelando por baixo? Mas onde fica esse limite? Como saber se estou com alguém que me deixa pra baixo ou se realmente eu não conseguiria coisa melhor? É claro que no enredo adolescente e cheio de reviravoltas instigantes do filme fica bem claro como Sam namora um babaca. Quero dizer, que tipo de pessoa responde “Você escreve poesia?” com um floreio e “A poesia é que me escreve”? Não dá pra não virar os olhos nessa cena.

Outra coisa: pra quem é fã de John Green, é impossível ignorar como a história do filme (que é uma adaptação de um romance) é parecida demais com Looking for Alaska. Os ingredientes básicos estão todos lá: um personagem principal calado, sem habilidades sociais, com apego incomum por leitura, que são inseridos numa escola nova, com pouca ou nenhuma interferência da família. É claro que os problemas mentais de Charlie nem se comparam à falta de jeito de Miles, mas os dois se comportam de formas surpreendentemente semelhantes. Mas é claro que eu não vou cometer o erro clichê de acusar uma das duas histórias de plágio. Primeiro, porque nenhum deles inventou a idéia de um menino tímido e deslocado numa escola nova, especialmente nos últimos, digamos, vinte anos, em que filmes e livros vem retratando muito as vítimas de bullying, às vezes até romantizando tudo.

Além disso, a personagem de Emma Watson, com seu sotaque americano bem fingido, é uma Alaska mais rasa. Os traumas que Charlie tem no filme, Alaska tem no livro, até certo nível. Ela é o que alguns estudiosos chamam de estereótipo da “pixie girl”. O que é a Pixie girl? Bem, são personagens como Alaska, Sam, Kate Winslet em Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, etc. Mulheres estranhas, quase mágicas, muito bonitas, muito traumatizadas, que iluminam a vida do personagem principal, mas que muitas vezes foram traumatizadas além do nível em que se pode ajudá-las. Como eu disse, Sam é uma pixie girl bem rasa, considerando suas colegas; ela apenas teve um passado de má reputação e pegação com o chefe do pai, e só precisa dar uma estudadinha pra outro SAT’s. É claro que ela é adorável, e simpática, e não tem como não torcer por ela. Como é o primeiro filme em que eu a vejo depois da série Harry Potter, eu diria que, do trio, ela é a única que tem chances de fazer uma carreira duradoura além de Hermione Granger. Desculpem, Dan e Rupert, mas é a verdade.

E finalmente, o meio irmão de Sam, Patrick, o equivalente ao Colonel no meu paralelo com Looking for Alaska. Aquele personagem masculino, amigo da pixie girl, que é o guia do personagem principal. Alguém imprevisível e divertido, com suas próprias dificuldades, mas com muito potencial. Patrick e Colonel precisam existir, porque senão nem o Perks nem Looking for Alaska iriam para frente – ambos provavelmente seriam histórias sobre meninos estudiosos tomando refrigerante na cara e se masturbando pra pixie girl no dormitório.

Previsivelmente, Charlie tem um começo difícil na escola, e sabemos desde o princípio que ele tem algum problema estranho, e que fica se lembrando de uma tal tia Helen que morreu em um acidente. Mas eis que encontramos aqui a grande reviravolta do filme – eu não imaginava nem em um milhão de anos. Nos últimos minutos de filme, Charlie tem um ataque muito tenso, em que ele quase se mata; as memórias que lhe passam pela cabeça revelam ao expectador que a tal tia não era apenas próxima do menino: ela abusava sexualmente dele. E quando ela morre em um acidente, ele tem crises de culpa, porque o acidente teria ocorrido quando ela ia buscar um presente para ele – e não só isso, ele confessa não saber se teria desejado a morte dela.

Em aspectos de cinema, não há nada de muito especial com a fotografia, ou com a música – além da boa escolha de Heroes para ambientar as cenas no túnel.

O filme é do tipo que faz você se sentir bem ao final, que te faz pensar e refletir sobre os anos de adolescência e sobre como eles são mesmo uma merda pra (quase) todo mundo. Eu com certeza recomendo. E também aconselho a tentar desligar o botão de comparações com Looking for Alaska, porque há de fato muitas semelhanças e isso pode diminuir a sua diversão.

comentário literatura e cinema · Entretenimento · Livros

Comentário: The Casual Vacancy

The Casual Vacancy, publicado no Brasil como A Morte Súbita, é a primeira tentativa de J.K. Rowling de escrever um romance para adultos, sem nenhuma referência ou conexão com o mundo mágico da série Harry Potter.

Terminei de lê-lo ontem, e finalmente pude ler spoilers: a maioria dos comentários apontava coisas previsíveis no livro e mesmo que ele seria pouco criativo. Particularmente, eu achei as críticas um tanto quanto cruéis demais; afinal de contas, desde que ela própria era criança, J.K. escrevia literatura infantil ou infanto-juvenil. Eu não diria que é o livro mais sensacional publicado em 2012 – até porque neste ano foi publicado o The Fault in Our Stars, do John Green – possivelmente o melhor dele até agora, na minha opinião.

De qualquer maneira, o enredo geral de Casual Vacancy é numa cidadezinha pequena, Pagford, que não é um cidade em si, mas é como um distrito da cidade maior, Yarvil. No começo do livro, Barry Fairbrother morre subitamente enquanto levava a mulher para jantar no clube de golfe. Outro casal que estava lá, Miles e Samantha Mollison, os ajudam chamando a ambulância e indo até o hospital, mas não adianta.

Barry era um conselheiro distrital, o que seria, creio eu, o equivalente a um vereador; a morte de um conselheiro é chamada de, não por acaso, casual vacancy, e muito do livro é construído sobre quem seria a melhor pessoa para preencher o seu lugar. Barry é constantemente construído como quase um santo: ele tinha projetos bons, lutava para resgatar jovens e adolescentes de situações de risco… Enfim, ele se doava inteiramente. Aí está uma expectativa minha que não se concretizou: fiquei o livro todo esperando alguém desmitificar Barry, o que não aconteceu. O tempo todo você vê gente falando dele, e os que falam mal são personagens profundamente desagradáveis e conservadores. Não sei, esperei ver, sei lá, que no final ele teria feito algo bastante ruim. E nada. O cara permanece santo até o final.

Há uma variedade de personagens no livro, e isso é um ponto forte constante de J.K.: as imersões dentro dos personagens, e o modo como ela descreve seus sentimentos e o mecanismo de seus pensamentos. Eu daria destaque à familia de Sikh, os Jawandas, especialmente a mãe, Parminder, e a filha Sukhvinder (espero ter escrito certo o nome da menina). A mãe, por ser apaixonada por Barry e por seu marcado descontrole – se ela não pirasse tanto na batatinha, ela seria perfeita demais – e a filha por ser vítima clássica de bullying, inclusive com o que creio ser Síndrome de Borderline. Mas também, é claro que eu, sendo eu, simpatizaria com a Sooks (como ela é apelidada pela amiga Gaia).

Eu francamente queria ter a disposição de falar de todos os personagens.

Howard Mollison, que dá pra chamar de vilão do livro, não mostra uma característica positiva: ele é a personificação do conservadorismo, preconceituoso, elitista e cego às necessidades dos outros, além de adúltero, mal educado e convencido de si próprio – o que chega ao ápice quando o filho é eleito para o lugar de Barry no Conselho. Ele foi outra decepção; porque, ao contrário de Barry, eu acho que esperei uma humanização dele. Nós temos imersões na cabeça da mulher dele, Shirley, da nora, Samantha, e ainda que a narrativa justifique o comportamento dele – descrevendo o começo das questões políticas – , ele não tem profundidade. Quer dizer, por que ele se casou com Shirley, por exemplo, que é filha de uma prostituta? Por que eles chegaram ao acordo mencionado pela mulher de que “eles não precisavam de sexo”? Eu acho coerente que eles escolham Miles como favorito, e que praticamente tenham expulsado de casa a outra filha, Patrícia – uma mulher muito mais bem sucedida, que mora em Londres e tem um relacionamento estáve com uma mulher. Porém, a maldade dele e o descaso com sua própria saúde não estão bem fundamentados, na minha opinião.

Eu também queria falar um pouco da Samantha, esposa de Miles. A narrativa chega muito perto de fazer slut-shaming com ela, o que acho um pouco preocupante. Ela tem um casamento frustrado; achou que estava se casando com um homem independente, mas ao longo dos anos ela observa enquanto Miles progride para ficar exatamente igual ao pai; ela começa a fantasiar loucamente com um menino de boyband, e chega a comprar ingressos com a desculpa de dar um presente à filha, mas acaba não indo, ficando muito bêbada e pegando um menino de dezesseis anos no aniversário do sogro. Eu honestamente não a condeno. Ela se sente presa em um ambiente hostil – porque Pagford é extremamente hostil -, vive frustrada sexualmente, presa em uma existência que não quis pra si. Mas com duas filhas e o marido eleito para o Conselho, ela sabe que jamais conseguirá escapar – e não conseguirá mesmo porque, tragicamente, ainda ama o marido.

Vou ter que ficar devendo um comentário sobre Fats e os Wall de forma geral, mas vale lembrar que Fats é o único que acaba de fato se responsabilizando pelas coisas que fez – e por mais algumas. Ele desenvolve esse conceito, na minha opinião ridículo, de autenticidade, em oposição à prática de todos que vivem sob a moral e bons costumes, fazendo o que se deve, e etc. Filho do vice diretor da escola, ele é francamente insuportável e desafia o pai em toda oportunidade possível.

Contudo, na minha opinião a personagem principal é, sem dúvida, Krystal Weedon. Ela é uma adolescente problemática, sua mãe vive entrando e saindo do tratamento para se livrar do vício em heroína, tem um irmão pequeno chamado Robbie que vive mal alimentado, ou sujo ou mesmo esquecido ao lado da mãe enquanto ela faz sexo por drogas. Krystal é vista como uma vadia por toda a cidade, porque, de fato, ela faz sexo com quem quer – Fats, principalmente -, e apenas a assistente social, Kay Bawden, a vê como alguém responsável e apegada ao irmão. Krystal se encarrega de levar o menino à escolinha, briga com traficantes e faz o máximo para proibir a mãe de cair no vício de novo. Krystal não gosta de Kay – ela gostava de verdade é de Barry Fairbrother, que vira algo de especial nela ao criar o time de remo. Antes da morte dele, esse time de remo era a melhor coisa na vida de Krystal, onde ela até fez amigas – Sukhvinder entre elas  – e aqui temos até o elemento cômico do hino do time de remo: Umbrella, de Rihanna!

No clímax do livro, Krystal decide tentar engravidar de Fats; aquilo seria sua fuga definitiva dos Fields, um condomínio de apartamentos numa área afastada, cheio de criminosos e viciados, para uma casa em Pagford, criando seu bebê e seu irmão, longe da influência da mãe e do traficante que chega a estuprá-la em uma cena horripilante.

Dessa forma, Krystal foge de casa com o irmão, determinada a encontrar Fats e tentar engravidar mais uma vez. Ela deixa o irmão sentado num banco com um pacote de chocolate e vai para o mato trepar com Fats. Numa sequência trágica, a criança fica com sede e sai andando pelos arredores. Para resumir a tragédia, ele  cai no rio e se afoga, não sem antes Sukhvinder aparecer, ver o menino no rio e pular para tentar salvá-lo.  Krystal, enlouquecida ao ser encontrada pela polícia com a notícia da morte do irmão, corre para a casa da mãe, arruma a colher, o isqueiro e a heróina e trata de se dar uma overdose fatal.

O suicídio de Krystal é uma atitude desesperada. É um elemento trágico. Nos faz pensar sobre como ela tinha uma humanidade que ninguém via, que ninguém queria ver. Krystal era uma personagem bem construída, e pelo menos eu, como leitora, me percebi torcendo para que sim, ela conseguisse dar o golpe da barriga em Fats, e sim, ela saísse daquela vida. Mas tentando sair daquela vida é que ela acaba pulando de cabeça na cadeira de eventos que a levaria a se matar. A única pessoa que acreditava nela está morta, os aliados de Barry não tem força nem poder de continuar lutando pela manutenção da clínica de reabilitação ou pelos Fields. O desespero e a desistência de Krystal pra mim são o resultado final de uma história em que todo mundo perde. Os conservadores elegem Miles Mollison, Krystal não consegue provar seu valor, e a cidade não pensa por um momento em quem ela foi – apenas comentam com estranheza o esforço do falecido Barry em tentar provar o valor das pessoas dos Fields.

The Casual Vacancy não é um livro que faz você se sentir bem. Não é mesmo. Talvez por isso eu não saiba dizer tanto qual é a minha impressão final. Eu tenho que mencionar o fato de que no começo eu enxergava J.K. por trás da narrativa; mas conforme a história prossegue, eu me esqueci completamente dela, e me percebi lendo grandes porções da tora de papel em um dia só, então eu diria que o livro tem a mágica da narrativa da tia J.K..

Tenho que mencionar o trabalho editorial lindo do capa dura que comprei. Papel de qualidade, fonte e tamanho perfeitos, e a capa, que quando vi na internet tinha detestado, é muito aprazível não só aos olhos, como ao toque. Um livro que vale o dinheiro.

Vale lembrar que eu foquei o meu comentário nos personagens, mas eu poderia ter escolhido falar da trama impulsionada pelo Fantasma de Barry Fairbrother, mas eu preferi não focar na cena já prometida na orelha do livro sobre como todos teriam segredos e tralalala. Ao ler J.K., sempre tenho a impressão que são os personagens que fazem a trama, e não o contrário.

Entretenimento

Sistema Nervoso Central Ligeiramente Afetado

Quero oferecer o título de hoje ao professor de Biologia da Fê ^^
 
Sim, o carnaval em Tambaú foi muito engraçado! Ontem, principalmente, quando pela primeira vez na vida eu bebi mais do que devia. Enquanto bebia, ia registrando mentalmente os efeitos porque já estava pensando em passar aqui para escrever…
 
A primeira coisa, depois do gosto ruim, foi a vista ficando embaçada. Sabe aqueles cachorros que a gente coloca no carro e que sacodem a cabeça? Pois então. Eu virava a cabeça depressa demais, e a visão só chegava uns dois segundos depois. Sempre consciente, eu fui descrevendo as reações pro pessoal, que zoou da minha fragilidade com bebida… Hah.
 
De qualquer forma, meu pai está chegando e é melhor eu terminar logo esse relato, que devia ter sido maior. Mas a minha sensação constante era a de ter sempre uma nuvem entre os meus olhos e o meu cérebro, sem falar que eu fiquei meio anestesiada… Parecia que estava inteira formigando, sei lá. Lembro de tudo, é claro, e tem mais algo: quando se está aéreo, tudo parece muito mais legal e muito mais simples.
 
Inclusive ficar. o.o
Entretenimento

Cause you’re in Tambaú!!

Antes de mais nada, os créditos do título do post vão para a May.^^
 
Eu e a Nádia fomos para Tambaú hoje! É que eu devo passar o fim de semana do carnaval na fazenda da Fe, de lá também. Pelo menos isso eu quero aproveitar… e puts, quantos comentários eu ganhei!! Assim vou acabar me sentindo celebridade!
 
É muito bom ir pra lá. Falem o que quiser. A cidade é pequena, é irmã gêmea de Palmeiras, mas é lá que está uma das melhores – se não a melhor! – turma da qual eu já fiz parte…
Entretenimento

Vazia

Minha própria realidade; às vezes tudo que acontece de bom parece ser apenas uma realidade inventada por mim. Porque uma vez terminada, nunca acontece de novo. É como se os amigos virassem conhecidos, como se os sentimentos virassem atrações, como se o passado virasse um sonho, como se a internet fosse uma droga que me iludisse de um mundo perfeito pra mim, que existe em algum lugar.
Eu estou acima do peso de novo, passei chorado na prova de geometria para a qual eu tinha estudado feito uma maluca, tentando tirar uma nota que não me forçasse a sofrer muito na prova seguinte… Mas não, terei o mesmo esforço. Também errei algo muito estranho numa prova de Física para a qual estudei o triplo, penso no que vai ser de mim no vestibular…
É muito foda você gostar de alguém (não muito, não perdidamente, não profundamente, não como eu gosto do meu platônico inatingível, que chegou primeiro), achar que dessa vez vai, e não ir. O cara achar que você se apegou, e etc… Todo mundo sabe do que eu estou falando e estou me fodendo pra isso. Estou apenas com RAIVA. E com todo o direito do mundo, por favor. Faço melhor estando assim, como estou e sempre estive, sozinha. Sem dramas, sem ressentimentos. Mas é terrível ver a esperança nascendo e morrendo o tempo todo. Em algum momento, ela vai deixar de dar uma de fênix.
Mudando de assunto.
Estou lendo muito sobre Wicca neste final de semana. Eu fiz uma auto iniciação há dois anos atrás, cheguei a realizar um ou dois sabás, mas abandonei. Agora… Parece-me uma alternativa plausível. Estou em período de estudos, para uma nova religião.
Entretenimento

Enem e Darwin

Bom, brigada por comentar aqui, Mayara!! Vou te adicionar nos links… Haha, moça, já pensei em fazer jornalismo, mas ouvi falar que você pega uns vícios muito loucos pra escrever… É por isso que vou fazer Tradução 😀
Hoje foi dia de ENEM. Fui fazer a prova em Pirassununga, na UNI FIAN. Bloco c, sala 16. *vira os olhos diante da informação inutil * De qualquer forma… Achei engraçado diferenciarem as provas por cores. A minha era a rosa, mas ironicamente eu era a única que queria azul…
Cheguei em casa lá pelas sete e quinze da noite e já corrigi minhas perguntas. Fiz 49 acertos em 63 perguntas, o que parece ter sido bom, com o acréscimo ainda da redação, cujo tema era "Trabalho Infantil". Eu quis estrangular os fiscais quando vi o tema. Acontece que de quarta até sexta feira tivemos aqui a Feira do Conhecimento, e eu passei a noite da abertura discursando sobre o Trabalho Infantil, parte de Geografia… É a vida. Sobraram duas linhas na folha de redação, pelo menos valeu a pena ficar totalmente sem voz.
Pois bem, estava eu aqui, muito satisfeita com o meu resultado, até fui contar pra um professor de física meu, que eu carinhosamente chamo de primo, o Thiago. E ele vem e me diz que pro segundo colegial tá bom mas vou ter que melhorar ano que vem! Ele me deixou no chão! Murchou toda a minha felicidade… Puta estraga prazeres, esse meu pseudo-primo… O pior é que ele esá certo! Passando para porcentagem temos 77,7%… Não é tanto assim!
Só de pensar em não ser admitida no vestibular, seja neste ou no ano que vem, eu me sinto horrível… A minha idéia é fazer Letras-Tradução na UNESP, mas é difícil, e o curso é novo… Agora, a filosofia me ajudou em uma coisa nesse ENEM: uma pergunta foi sobre o pensamento de Darwin, imaginem. E eu acertei. Apenas tenham na cabeça: seleção natural, os melhores sobrevivem, e pronto.
Agora eu descubro que tem prova de Biologia amanhã. Depois de ter acertado a pergunta dos proto-qualquer coisa, eu não estudo MESMO.
O caso é, estou quase terminando "O Dia do Curinga", finalmente. Algo me entristeceu: o modo como tudo se encaixa, de maneira até pouco verossímil. Mas a parte filosófica mesmo, bruta, é muito envolvente. O tipo da coisa que você lê e fica pensando antes de dormir. Porque muitas vezes eu me pego olhando para qualquer coisa, e me ocorre… Eu estou viva… Isso É a realidade… O mundo é bonito do modo como nasceu… Não tem muito mais coisas que sejam capazes de me fascinar do que uma boa paisagem florestal. Adoro verde… Por isso sou uma ativista do Greenpeace… Se eles tiverem algum projeto ao meu alcance, eu participo, mas não sou afiliada. Quando eu trabalhar e tiver meu salário, serei. Tem coisas cuja proteção não se deve discutir, entendem, e uma delas é a natureza. É a minha única relação com espiritualidade no momento, porque eu não tenho religião – abandonei a católica, na qual cresci – mas ficar um bom tempo com o olhar parado nos contornos de uma folhinha tem algo que eu não sei explicar. E sabe, eu gosto de viver, pra ver isso. Não para ver pessoas, para me sentir querida. É engraçado que reparar no mundo à nossa volta seja tão bom.
Nããããão, não que eu ache que isso é felicidade. Acho que essa é uma palavra tão contraditória quanto a palavra "normal", cujo sentido eu ainda não descobri. Mas é um momento quase… de paz, não sei. Algo que eu lamento ter que interromper.
Vou deixar por aqui dessa vez. Mas por favor, me lembrem de falar sobre essa coisa de normalidade, da próxima vez, ok?
 
Entretenimento

Me mantendo ocupada

Em primeiro lugar, eu queria perguntar uma coisa. Por que que tem que escolher uma categoria pro post quando se vai escrever alguma coisa aqui? Não consigo deixar de achar inútil.
Bem, sem reclamações, já estou cheia delas. Ontem fui jogar voley em Tambaú e tive que ouvir muita coisa… Gente chorando porque perdeu… E tudo por dois motivos: mancada do professor () e porque elas não gostavam das meninas que ganharam da gente (que são minhas amiguíssimas!). Falando sério, não sei por que elas implicam tanto com as garotas de Tambaú. Sério mesmo. Elas dizem que as meninas de lá são metidas e tudo, mas puts, será que elas já deram uma boa olhada em si mesmas? Puts, num se pode abrir a boca contra elas. O negócio, e não sei por que isso é tao difícil, é tratar bem as pessoas. Elas me tratam super bem, sério, muito melhor que a maioria das pessoas daqui, inclusive. Me sinto muito mais tranquila e à vontade. E também tem os meninos de Porto Ferreira, que em sua maioria são muito divertidos!
Well, comecei a fazer aula no CCAA. Sim, eles convenceram os meus pais… Já comecei no meio do curso do TN, o numero 5. Mas sabe… Estou vendo que também já sei tudo… De qualquer forma, que venha um diploma no fim do semestre que já tá bom!
Não consegui ler quase nada de "O Dia do Curinga" essa semana. Nem tive como. Também não terminei de traduzir o capítulo quinze de Rising Dephts, nem digitar minha história original, nem nada.
Terminei de ler só a fic da Scila, a Falsos Heróis, mas só porque ela me viciou completamente. Scila é mesmo genial… Sou uma mera serva dela como leitora, isso sim! Ela diz "leia" e lá vou eu obedecer…
Estou com alguma espécie de TPM-preguiça, então acho melhor ficar po aqui mesmo, ok? Até mais!
Entretenimento

Há quanto tempo…

Puxa… Eu até senti falta daqui. Gosto muito mesmo de escrever para ninguém, e vocês sabem o quanto esse espaço tinha me realizado. E quando penso coisas malucas, elas nunca são a mesma coisa se escritas no diário. Têm que vir pra cá, senão perdem toda a graça.
 
Minhás férias foram legais. O Dario veio de São Paulo com o amigo dele, o Biel. Dario era o cara que eu conheci pela internet e até acho que mencionei aqui. Sim, acho que mencionei sim. E ele teve um dos atos mais corajosos da História Mundial ao pegar um ônibus e vir pra cá, sem me conhecer pessoalmente. Minhas amigas ficaram caídas pelo Biel. Mas bem, os astros conspiravam, os autores de filmes americanos tramaram, a Nádia insistiu, e eu acabei ficando com ele, na quinta feira, sendo que ele chegou na segunda. Até então, nada além de um selinho. Eu meio que estava com medo. Mas talvez nenhum cara me trate tão bem quanto ele.
 
Ele até comprou Harry Potter and the Half Blood Prince pra mim. Atravessou todo um Estado por minha causa… Anyway. Eu adoro esse cara. Mesmo.
 
Durante o resto das férias eu apenas me dediquei a traduzir e escrever, até mesmo comecei a escrever uma fan fic Rony/Hermione. E agora que as aulas recomeçaram e eu já estou alienada, pensando na prova de Filosofia e Sociologia de amanhã, para a qual eu ainda não estudei, senti saudade daqui.
 
Eu e a Melissa Hogwarts começamos um blog novo, juntas. Ele se chama "O Lamento da Fênix". Não é nada idiota ou sem sentido, ao contrário, nós o criamos para publicar nossas colunas, nossos pensamentos sobre o fandom de Harry Potter. E tem muito a ser pensado, cada vez mais. É uma comunidade acumulativa.
 
Pois então. Hoje à tarde fazia um tempo maravilhoso. E eu QUERIA fazer alguma coisa, embora não soubesse o quê. Qualquer coisa, menos ficar em casa, na internet. A Nádia não queria ir no circo (certo, isso não é exatamente carpe diem, mas é melhor que não fazer nada…) , a Pícara tinha desaparecido. Eu fui até o quintal, olhei em volta e fiquei pensando… O que é aproveitar um dia? Às vezes a gente pensa que é sair e ser notado pelo sexo oposto. Beijar, se sentir desejado. Sei lá. Às vezes é se divertir, mas fazer isso é cada vez mais difícil, porque a gente fica cada vez mais difícil de se agradar!
 
Acabei concluindo "não, eu não quero chamar à atenção de homem nenhum…" Então como diabos eu poderia aproveitar o dia? Já tinha lido uns capítulos de uma ótima fic na net, Falsos Heróis, da Scila. Senti uma vontade de estar rindo com amigos então… Sim, AMIZADE! Era o que eu precisava. Mas daí eu fiquei mais chateada ainda. Todos eles estavam longe. Ou incomunicáveis, porque a Pícara parecia ignorar todas as SMS que eu tinha mandado para ela pelo site da Claro.
 
Daí lembrei que essa semana finalmente terminei de ler A Insustentável Leveza do Ser, onde aprendi muita coisa. Tem umas frases que achei geniais, depois de pensar e ver que eram verdadeiras. "O amor nasce de uma metáfora" é uma delas, mas não quero discorrer sobre isso agora… Só quis dar um sinal de vida, mostrar que quero continuar por aqui. Ninguém precisa comentar, se não quiser. Até me sinto mais à vontade falando sozinha!